Você já ficou surpreso porque algum desconhecido foi gentil com você?
Muitas pessoas nem sentem, mas já se acostumaram com a falta de gentileza. Quando ela acontece, vira um evento.
As relações ficaram tão frias, que o normal é a secura, a indiferença e até a hostilidade.
As pessoas parecem estar mais preparadas para se defender de ofensas do que para receber palavras doces e gestos de carinho.
A gentileza virou artigo de luxo, peça de antiquário. Virou memória.
O mundo perdeu a referência de gentileza, de delicadeza.
Ser xingado no trânsito virou rotina. Ser destratado por quem ganha para servir é comum nos estabelecimentos.
A gente se depara com caras feias, impaciência e mau humor o tempo todo, até mesmo em casa.
A juventude já não acha necessário dar o lugar para os idosos no ônibus, no metrô, nas filas.
Os homens já não praticam a delicadeza com o sexo oposto.
As mulheres, por sua vez, se emanciparam e agora dispensam o cavalheirismo porque acham
que está fora de moda.
Eu quero gentileza. De homens, de mulheres, de crianças, de estranhos.
Quero o gesto sutil, o telefonema de agradecimento, o bilhete de boas vindas, as flores, os bombons.
Eu quero um simples olhar de sinceridade, porque ser verdadeiro é ser gentil também.
Eu quero a gentileza, por menor que seja o gesto. Ela faz bem, é necessária. É essencial!
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